Ransomware como serviço (RaaS): a profissionalização do crime digital
Você sabia que hoje é possível “alugar” um ataque de ransomware como se fosse um software corporativo? Essa é a lógica do Ransomware como Serviço (RaaS)
Você sabia que hoje é possível “alugar” um ataque de ransomware como se fosse um software corporativo? Essa é a lógica do Ransomware como Serviço (RaaS): um modelo de negócio no qual grupos criminosos oferecem kits prontos de ransomware para qualquer interessado.
Esse modelo transformou o crime digital em uma operação global organizada, com estrutura, divisão de papéis, suporte e até “manuais do usuário” para criminosos menos experientes.
Segundo o Verizon DBIR 2024, o ransomware esteve presente em quase um quarto das violações de dados globais. Já Ransomware já não é um ato isolado. É uma indústria em expansão.
Pesquisas já apontam que o ransomware é fenômeno que mistura ganhos econômicos, subcultura criminal, anonimato via criptomoedas e ausência de fronteiras territoriais. Estamos diante de uma indústria milionária em expansão.
O que antes era um ataque sofisticado realizado por poucos grupos especializados hoje é um mercado acessível. Estamos diante de uma indústria milionária em expansão.
Como funciona o ransomware como serviço (RaaS)
O RaaS replica a lógica das startups legítimas.
- Desenvolvedores: criam e mantêm o código malicioso.
- Afiliados: alugam o software e lançam ataques.
- Divisão de lucros: parte para o afiliado, parte para os desenvolvedores.
Esse modelo garante escala. A cada novo afiliado, mais ataques no ar. E, como em qualquer negócio digital, há suporte, atualizações e documentação de uso. Alguns grupos oferecem até painéis de controle para monitorar vítimas em tempo real.
Criminologicamente, estamos diante de uma subcultura digital organizada, em que normas e valores próprios sustentam o desvio. Fóruns da dark web funcionam como “salas de treinamento” onde técnicas são compartilhadas, replicando a lógica da associação diferencial: aprende-se o crime por meio da interação com outros criminosos.
Por que o RaaS ampliou o risco
- Democratização do crime: Qualquer usuário com pouco conhecimento técnico pode contratar um kit de ataque. Isso multiplica o número de criminosos ativos.
- Volume e sofisticação maiores: As variantes evoluem constantemente, escapando de antivírus tradicionais e dificultando a detecção.
- Exploração de falhas conhecidas: Grande parte dos ataques se apoia em vulnerabilidades simples, como servidores desatualizados, senhas fracas, erros de configuração.
- Impacto financeiro devastador: Pedidos de resgate de milhões de dólares não são exceção. E mesmo quando a vítima paga, não há garantia de recuperar dados.
O Colonial Pipeline (EUA) foi forçado a pagar US$ 5 milhões em 2021. No Brasil, o Superior Tribunal de Justiça e o TJ-RS ficaram dias fora do ar após ataques de ransomware, comprometendo serviços públicos essenciais.
O olhar da cibercriminologia
Pesquisas acadêmicas apontam que crimes como o RaaS não podem ser entendidos apenas pelo viés técnico. Eles exigem uma análise criminológica:
- Desinibição on-line: o anonimato e a distância reduzem barreiras psicológicas, permitindo que indivíduos que seriam conformistas no “mundo físico” atuem como criminosos no digital.
- Transição espacial: sujeitos que vivem vidas normais offline assumem condutas desviantes no ciberespaço.
- Desterritorialização: ataques partem de qualquer país e atingem múltiplos continentes, tornando irrelevante a jurisdição penal tradicional.
- Economia da informação: dados se tornaram tão valiosos quanto dinheiro e, portanto, o alvo central do crime.
O RaaS é o reflexo de uma nova economia criminosa, em que informação é moeda de extorsão.
Geopolítica e crime organizado
Há ainda uma dimensão geopolítica. Estudos mostram que boa parte dos grupos de ransomware atuam a partir de países que oferecem portos seguros para cibercriminosos, seja por omissão deliberada ou até patrocínio estatal.
Isso faz do RaaS não apenas um crime econômico, mas também um instrumento de guerra cibernética. Essa convergência de interesses (lucro privado e vantagem política) amplia o poder destrutivo do fenômeno.
Por que antivírus e backups não bastam
- Antivírus reativos não identificam variantes inéditas.
- Backups podem ser comprometidos antes do ataque ser percebido.
- Nenhum desses controles, isoladamente, assegura continuidade operacional.
Resiliência contra o RaaS exige defesa em camadas, visibilidade contínua e resposta imediata.
Como a 5Wi ajuda empresas a resistir ao RaaS
A 5Wi integra tecnologia, processos e governança para oferecer defesas práticas contra essa ameaça:
- MSS (Managed Security Services): monitoramento contínuo, SIEM, EDR e resposta a incidentes.
- Redução da superfície de ataque: patch management, segmentação de rede e hardening.
- Planos de continuidade: backups imutáveis, redundância e recuperação testada.
- Conformidade como mitigação: LGPD, ISO e auditorias fortalecem disciplina e reduzem riscos legais.
- Suporte especializado: alívio para equipes internas sobrecarregadas.
Mais do que prevenção, a 5Wi entrega resiliência operacional em cenários de ataque.
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